Mar!
Eterno
Ébrio, a dar,
Bravio ou terno,
Da ventura, talvez,
Um grande e bom exemplo
Nessa divina embriaguez;
Ditoso mar que amo e contemplo,
Verde evangelho da minha fé;
Mar que, com o vinho azul das tuas vagas,
Foste, no dilúvio, quem salvou Noé;
Bêbedo secular que, nas praias e fragas,
Tonteando em convulsões, às quedas e aos boléus,
Espumando babas e empinando os flancos,
Atiras sobre a terra e para os céus,
Pelas ressacas, teus sonhos brancos;
Mestre do gozo de viver,
Eu te bendigo e abençoo,
Bêbado sem beber,
Na embriaguez do enjoo,
Como a ensinar
Que a bebida
É a vida,
Mar!
(Da Costa e Silva - Poeta piauiense)
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